28 agosto 2010

FLY GIRLS -NOVA SERIE AMERICANA

Nova serie no canal CW - Fly Girls


SINOPSE: Cinco comissárias de bordo, que vivem juntas na mesma casa em Los Angeles, voam para lugares glamourosos, incluindo Las Vegas e Nova York. Enquanto viajam, estão sempre em busca de grandes festas, aventuras e amor. Lidam com passageiros exigentes, muitas horas no ar e pernoites em lugares interessantes. Conflitos, companheiros, romance, família e amizade fazem parte do voo.

Encontrei disponível apenas 3 episódios, mas esta publicado no site do canal CW que já esta no 6o. Vamos a minha opinião sobre a serie.

Quando ouvi falar pela primeira vez e li alguns comentários em Blogs, estava esperando algo muito, mas muito pior. Como são três capítulos fica mais fácil comentar os detalhes e para quem ainda não assistiu, prometo não fazer spoiler.
Ahhh Dona Nikole!! Existem milhares delas espalhadas na aviação.
Esta difícil escrever tentando não fazer spoiler. Gostaria de comentar sobre cada uma delas, sobre algumas cenas....
Resumindo: O perfil das personagens é bem parecido com o que encontramos por ai. Alguns desabafos também tem muito a ver com o que vivemos. A parte das festas é totalmente ficção, ao menos na aviação brasileira. E a casa onde elas moram, os carros, estão completamente fora da nossa realidade.

Para alguém como eu, totalmente viciada em boas series, eu julgo esta bem fraca.
Mas para quem gosta de coisas relacionadas a aviação e não tem nada para fazer, assista, mal não vai fazer.
Se você já é tripulante vai falar muitas vezes, isso realmente é verdade ou, isso é ridículo, não existe. Vai identificar no seu grupo de voo cada uma das personagens.
Para você que sonha em entrar para a aviação, não vislumbre achando que essa é a vida que vai ter, porque NÃO é! Acorda Alice, porque nossa realidade é bem mais dura.
E para os garotos de plantão: Flertes em voos são PROIBIDOS em TODAS as Cias Aéreas.
O que restou do glamour foi enterrado junto com a saudosa Varig. Hoje o profissional tem que ter pique para trabalhar pesado, ou então é melhor procurar outra profissão.
E você que já assistiu, o que achou? Deixe seu comentário.

24 agosto 2010

ULTIMOS EXEMPLARES DO PRIMEIRO LIVRO: DIARIO DE UMA COMISSARIA DE BORDO A VENDA:

Os interessados enviar email para: paulitchadepaula@gmail.com

20 agosto 2010

Pessoas mais do que especiais

É nítido em toda aviação mundial o aumento de passageiros especiais, tanto nos voos nacionais quanto nos internacionais. E aqui no Brasil não é diferente.
A única coisa que me preocupa é o despreparo de alguns profissionais ao lidar com este tipo de passageiro.
Já aconteceu comigo, em aeroportos de grandes capitais, ficarmos mais de uma hora dentro do avião aguardando a chegada de um Ambulift. Eu acho isso um tremendo desrespeito, pois esse passageiro pagou a mesma coisa, ou por vezes até mais do que os outros e merece a mesma atenção.
O que é isso? Ambulift é um caminhão que possui um elevador para poder transportar os cadeirantes ou pessoas com dificuldade de locomoção, em locais que só possuem escada para o embarque e desembarque.

Os aeroportos brasileiros, e digo isso em relação ao das grandes cidades, ainda tem um sistema precário de atendimento aos passageiros especiais. E não digo só em relação aos Ambulifts, mas raramente encontro sinalização de solo decente para deficientes visuais, elevadores com avisos sonoros.
Enfim, há muito para se fazer se esse país quer sediar a Copa do Mundo.

Recentemente recebi um email de um grande amigo meu e me lembrei de uma discussão que tive com um despachante de voo certa vez. Ao avisar que estava liberando o embarque ele falou que tinha uma cadeira para descer primeiro. Eu perguntei se era parente dele, obvio que não era, pois do contrário ele trataria com mais respeito e falaria um cadeirante, já que estamos falando de um ser humano.
E é por essa e outras que divido com vocês a carta desse pai e meu amigo, que sobretudo é uma das pessoas mais iluminadas que eu conheço, para que todos compreendam e respeitem essas pessoas que são pra lá de especiais.

Bem vindo à Holanda
Texto de Augusto Leite


Freqüentemente, me pedem para falar sobre a experiência de ter tido um filho com deficiência física;  esse pequeno texto é uma tentativa minha de ajudar pessoas que não têm com quem compartilhar essa experiência única a entendê-la e imaginar como é vivenciá-la.

Seria como...

Ter um filho é como planejar uma fabulosa viagem de férias - para a ITÁLIA! Você compra dicionário, um monte de mapas das principais cidades e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O
Davi de Michelangelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases em italiano. É tudo muito excitante.

Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma
suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa. O comissário de bordo chega e diz:

BEM VINDO À HOLANDA!

Holanda!! - Diz você. - O que o senhor quis dizer com Holanda!?!? Eu escolhi a Itália! Eu deveria estar chegado à Itália. Toda a minha vida eu sonhei em conhecer a Itália!

Mas houve uma mudança no plano de vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar.

A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível,
desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.

Logo, você deve sair e comprar novos mapas. Deve aprender uma nova
linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.

É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a
Itália. Mas após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor, começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.

Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália,
Estão sempre comentando sobre o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda sua vida você dirá:
Sim, era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planejado!.

E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora. Porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.

Porém, se você passar a sua vida toda remoendo o fato de não ter
chegado à Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais que a Holanda tem pra lhe oferecer.

Dia 15 agora fazem exatos 21 anos que desembarquei na Holanda ... não consigo imaginar como seria minha vida sem essa pequena mudança de vôo ... a você meu filho Pedro Henrique eu agradeço a oportunidade que tu me deste de compartilhar essa jornada terrena ao seu lado.

16 agosto 2010


JetBlue põe a polícia a bordo de seus aviões
Algumas companhias aéreas tentam contratar comissários de bordo jovens e atraentes. A Jet-Blue Airways tem um tipo também: policiais e bombeiros.
É "Law & Order: Tripulação de Cabine". Ou "CSI: jetBlue".

Scott McCartney, The Wall Street Journal
16/08/2010

Desde que foi fundada há dez anos por David Neeleman - o americano-brasileiro que mais tarde criaria a Azul Linhas Aéreas Brasileiras -, a jetBlue, que tem sede em Nova York, já contratou várias centenas de policiais e bombeiros da cidade, em sua maioria aposentados, para seu quadro de comissários. Segundo alguns cálculos, 10% dos 2.400 funcionários de bordo da empresa têm experiência de resposta a emergências, embora a companhia não tenha o número exato.

O grupo de atendentes da primeira classe da jetBlue inclui um bombeiro aposentado, Leonard Spivey, que se tornou um exemplo para a companhia e ainda está voando, hoje aos 70 anos. Spivey trouxe seriedade para a função - crucial para uma companhia aérea sem experiência - e abriu o caminho para outros. Para a jetBlue, o foco dele em segurança era atraente, a sua maneira de assumir a responsabilidade e a calma sob pressão foram muito importantes e suas piadas infames e natureza bem humorada foram contagiosas.

A jetBlue decidiu desde o princípio que os novos funcionários não precisariam ter experiência com a aviação e que as contratações seriam locais. Quando Spivey apareceu, os recrutadores se deram conta de que pessoas que rotineiramente tinham lidado com emergências não entrariam em pânico a bordo de um avião. Policiais e bombeiros vinham de carreiras em que tiveram que lidar com o público e prestar serviços aos clientes, dizem representantes da jetBlue. Eles estão acostumados a trabalhar em feriados. Eles sabem como lidar com pessoas em situações estressantes e podem assumir o comando da cabine de um avião.

"Experiências passadas podem predizer comportamentos futuros", diz o diretor-presidente da empresa, David Barger. "Pessoas que não vão muito alto e não caem muito, é isso que você quer em áreas em que decisões precisam ser tomadas."

Vicky Stennes, vice-presidente de experiência em voo da jetBlue, diz que a cabine de um avião mudou consideravelmente depois dos atentados de 2001, com mais pressão sobre os atendentes de bordo. Antes de os sequestradores assumirem aviões e jogá-los sobre prédios, os comissários de bordo podiam chamar os comandantes para que eles, com sua autoridade, dessem fim a um problema. Agora, os comissários estão sozinhos porque os pilotos não podem deixar suas cadeiras.

O nível de estresse na profissão ficou em relevo semana passada, quando um comissário de bordo da mesma jetBlue, Steven Slater - que, diga-se, fez carreira no setor, e não na polícia ou nos bombeiros - surtou depois de um voo difícil, xingou os passageiros pelo sistema de som do avião, abriu a saída de emergência, pegou duas latas de cerveja e desceu pelo escorregador inflável no aeroporto JFK, em Nova York. Ele acabou preso, pagou fiança de US$ 2.500 e está respondendo processo.

"A polícia (NYPD) e o corpo de bombeiros (FDNY) de Nova York são quase marcas e eles se adaptam bem a nós", diz Stennes. "Isso se comprovou um sucesso tão rapidamente que nós fazemos um esforço para que a tripulação tenha membros com experiência em responder a emergências."

Para veteranos da polícia e do corpo de bombeiros de Nova York, que costumam se aposentar depois de 20 anos de serviço com metade do salário, uma segunda carreira como comissário de bordo oferece uma série de benefícios, entre eles passagens aéreas gratuitas ou com grandes descontos. Os ex-policiais e bombeiros que trabalham para a jetBlue dizem que o horário de um comissario de bordo se adapta bem ao que eles estão acostumados: alguns dias com muitas horas de trabalho, depois vários dias de folga. A remuneração é mais baixa, mas a flexibilidade é maior em alguns casos.

"Eu vim pra cá por causa do horário", diz Laura Romer, de 53 anos, uma ex-detetive e membro da equipe de negociação de reféns da polícia de Nova York que se casou, voltou a estudar e descobriu que trabalhar meio período para a jetBlue se adapta bem ao seu estilo de vida. "Eu gosto do fato de que saio do avião e o trabalho está concluído. Ninguém te chama à 1 ou 2 horas da manhã, dizendo 'nós pegamos o seu cara'", diz ela.

Os veteranos da polícia e dos bombeiros dizem que, como a maior parte dos comissários de bordo, procuram observar os passageiros quando eles estão embarcando, tentando identificar as pessoas que podem precisar de ajuda extra ou as que podem se tornar um problema. O melhor traço que trazem para a cabine do avião, dizem, pode ser a capacidade de pôr um fim a conflitos antes que eles se transformem em incidentes de ira no ar.

Como um policial, "você aprende a reduzir os problemas", diz Romer. "Não é o que você diz para as pessoas. É como fala com elas."

Charles Harris foi treinado, em parte, por Spivey, quando estava no corpo de bombeiros. Ele passou 25 anos no departamento até decidir se aposentar depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Harris estava no World Trade Center quando ele foi destruído; como muitos outros, perdeu amigos e colegas e participou de incontáveis funerais.

Agora na jetBlue, Harris, de 56 anos, diz que se vê mais como um "guardião da segurança" do que como um comissário de bordo. Ele conta que ensina aos comissários mais novos uma tática dos bombeiros: como alterar o tom e o volume da voz para atrair e manter a atenção de uma pessoa.

"Ao descer pessoas por uma escada, elas podem paralisar. Você tem que alternar seu tom de voz. Se você se mantiver gritando da mesma forma, elas paralisam", diz ele.

Spivey faz questão de apresentar as instruções pré-voo de pé na frente da cabine e olhando diretamente nos olhos dos passageiros. Ele fala de memória, em vez de ler em cartão, porque assim há mais chances de as pessoas prestarem atenção. Ele sempre termina com uma história popular, uma parábola sobre como as pessoas não devem se deixar levar pelas coisas pequenas, que faz com que as pessoas pensem no que é importante em suas vidas.

Se eles batem palmas, e a maioria bate, aí os passageiros são premiados com uma piada infame do seu enorme repertório.

A história serve a um propósito: quando os voos têm atrasos, Spivey relembra os passageiros sobre a lição da sua história e como não se importar com as inconveniências.

Depois de 30 anos como bombeiro em Nova York, Spivey tem a segurança como sua maior preocupação. Recentemente, em um voo de Nova York a San Diego, uma mãe tinha colocado o bebê em uma poltrona vazia e afivelado o cinto de segurança. Ele perguntou a idade da menina em um tom amigável e de avô e, depois, deu instruções rígidas sobre como colocar a menina de 21 meses no colo de um dos pais, com o cinto de segurança afivelado antes da decolagem.

"Parece uma ótima ideia", disse o pai da criança, Brian Summers, de Chappaqua, no Estado de Nova York, depois de ser informado sobre a experiência profissional de Spivey.

Spivey, que é o mais sênior dos comissários da jetBlue, conta que buscou trabalho na jetBlue porque gosta de viajar e se deu conta de que precisava de um emprego depois de várias visitas mal sucedidas aos hipódromos para apostar em corridas de cavalo durante a aposentadoria.